sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

A Princesa e o Sapo



Confesso que esperava mais de "A Princesa e o Sapo". É o primeiro desenho da Disney com uma protagonista negra, o que por si só já seria um marco. Além disso, as imagens que circulavam há meses por aí prometiam um filme com um visual espledoroso, fascinante. Mas o que eu vi foi um trabalho que ficou a maior parte do tempo focado numa rã e num pântano sem graça.

Tiana, a protagonista, trabalha bastante, rala em dois empregos, não costuma sair com os amigos, para juntar dinheiro e conseguir abrir um restaurante, sonho do pai dela. Durante uma festa, na qual está trabalhando, ela encontra um prícipe que foi amaldiçoado por um feiticeiro vudu e que agora está na forma de um sapo. Para reverter o feitiço, o sapo/príncipe promete ajudá-la a realizar seu sonho caso ela lhe dê um beijo. Ela concorda mas, ao beijá-lo, se transforma em rã. A história então acompanha a busca dos dois para conquista a forma original.

Achei algumas coisa bacanas no trabalho do diretor dos diretores John Musker e Ron Clements. É legal mostrar uma protagonista trabalhadora, que não fica esperando um homem rico aparecer para resolver a vida dela. Às vezes Tiana, a protagonista, é um pouco chata com a obsessão pelo trabalho. Mas prefiro isso a mais uma heroína dependente.

Gostei também do fato de não haver competição feminina no filme. Há uma personagem, bastante surreal, é verdade, que é amiga da protagonista Tiana. A jovem é rica e bastante mimada, mas em momento algum ela tem uma atitude desdonhosa em relação à Tiana ou tenta enganar a amiga para atingir um objetivo. Caracetrísticas essas tão comuns (não só) em desenhos. O que eu menos queria ver agora era uma mulher querendo ferrar a outra por causa de um homem supostamente endinheirado.

Mas o que eu mais queria ter visto era a protagonista em sua forma humana. Sinceramente, não me desce passar quase duas horas assistindo ao romance de dois sapos. Sem contar que não faz a menor diferença pro filme a protagonista do filme ser negra ou não. Alguns podem argumentar que isso é bom, que não deve fazer diferença mesmo. Mas se era pra ser assim, por que fazer todo aquele marketing em cima dessa inédita característica?

Queria escrever alguma coisa sobre o vilão, o tal feiticeiro, mas como não lembro porque raios ele persegue tanto o príncipe prefiro nem comentar.

Ainda assim, foi bom voltar a ver um desenho feito de forma tradicional, já que, pelo menos pra mim, trabalhos feitos nesse sistema não têm a frieza ainda comum das animações digitais. Mas queria mais cenas na cidade de Nova Orleans, onde o desenho é ambientado. São as imagens mais belas de A Princesa e o Sapo.

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